Diplomada em artes plásticas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, na década de 80, Simone Samara dirigiu-se inicialmente para o magistério de arte em escolas de nível médio. Há pouco mais de dez anos, abandonou a sala de aula para dedicar-se à pintura.

  Desde então, sua presença vem sendo cada vez mais notada em salões de arte e exposições coletivas no interior de São Paulo e na capital. A partir de 2000, intensificou sua participação no sistema de arte, realizando cinco' exposições individuais em Ribeirão Preto, cidade onde vive e trabalha o que demonstra mais do que aplicação a seu ofício, mas também aceitação de sua obra por colecionadores e público em geral.

  O desenvolvimento de seu trabalho foi acompanhado de perto por um experiente pintor, que pressentiu suas potencialidades e a orientou do ponto de vista técnico. Com o tempo, Samara foi encontrando seu próprio caminho, elegendo seus motivos e desenvolvendo-os segundo uma ótica própria.

  O universo plástico de Samara compreende grandes cidades verticais, em cujo primeiro plano ela coloca construções baixas e seus moradores movimentando-se calmamente como se estivessem numa pequena cidade do interior. Às vezes, casas, pessoas, árvores e lago dominam toda a superfície da tela, cujo clima bucólico sugere recortes visuais de outros tempos e de outros lugares. Crianças, adolescentes e bolas são elementos recorrentes nessa pintura sintética, impregnada de ternura e silêncio. Não raro, Simone entra no ambiente doméstico e recria cômodos inteiros, com mesas arrumadas, vasos, garrafas, frutos, livros, objetos vários. Numa sala, inclui figuras humanas, sobretudo femininas, em atitudes de descanso, lazer. Com alguma frequência, volta seu olhar para um vaso com flores e o recria com cores calorosas, vibrantes. Há sempre nesses trabalhos a preocupação com a composição, com o equilíbrio formal e colorístico. Samara encontra-se num estágio de sua obra em que o entusiasmo é o mesmo do início, mas a segurança, visivelmente maior

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Enock Sacramento